No AIKIDO, regularmente são realizados exames para que cada um de seus participantes nos mais diversos níveis executem suas técnicas para atingirem um estágio superior, prática comum, acredito eu, em todas as artes marciais modernas.
O fulcral disso tudo é que por mais que conheçamos sobre determinado assunto quando este é posto a prova, nós nos sentimos desafiados e aí surge o temor, o nervosismo e a ansiedade, tudo isto alicerçado na responsabilidade de fazer bem feitos, movimentos que de forma única determinarão o sucesso ou fracasso de todo o treinamento realizado.
Quando dedicamos esforços, certamente almejamos um bom resultado, temos a confiança de que ao trabalharmos duro nossas metas serão atingidas. Mas será que estamos preparados para o caminho que virá? Faço essa pergunta apenas para que se abra uma reflexão. Muitos me dirão que construirão o caminho depois que estiverem na estrada, o que em parte está correto. Pois somente tomarei conhecimento do problema depois que de fato ele existir.
O que algumas destas pessoas ainda não têm consciência é que, quando se gradua em uma arte marcial ou em qualquer atividade, nós nos tornamos uma referência, passamos a ser avaliados de forma diferenciada, seja por nossos pares ou por aqueles que virão posteriormente. A cobrança, principalmente para aquele que ensina é exaustivamente testada nos mais diversos níveis, sejam estes técnicos ou teóricos, o que obriga o praticante a se preparar mais e mais, fazendo dele um eterno docente e discente de si mesmo.
E quando este resultado não é atingido, como nos portaremos? Já vi pessoas que abandonaram tudo, outras ficaram inconformadas transferindo a culpa de seu resultado para outras pessoas, algumas com mais tranqüilidade absorveram o resultado e buscaram polir as arestas. É primordial que o fator "reprovação" esteja presente, e seja uma constante na vida do praticante. E no meu entendimento ele se faz necessário para o desenvolvimento marcial, pois polimos o nosso espírito nas dificuldades, e as agruras de um treinamento que por fim e realizado, amigos, isto não tem preço.
Aprendemos a superar limites vencendo inicialmente a nos mesmos, encarando nossas fobias e desafiando as nossas preguiças e dificuldades. Por quantas vezes, quando chega a hora de ir para a academia, nos sentimos aquela preguiça, pensamos "ah, só faltarei hoje, que mal fará?", ou, "será que vou ter que repetir aquela técnica novamente?", (como se o praticante a dominasse perfeitamente), enfim começamos superando estas pequenas dificuldades, que se não superadas se tornarão grandes transformando-se em um obstáculo ao crescimento.
Os nossos limites são estabelecidos pelas nossas vontades, sendo que o segredo está em dosá-lo com maestria e racionalidade, superando cada obstáculo, sorvendo o conhecimento adquirido com tranqüilidade e sabedoria.
Obrigado.
Massako.
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