Há algum tempo venho praticando a arte de O’Sensei Morihei, e a cada dia que passa verifico que o AIKIDO possui características únicas, características estas que fazem com que o estudo marcial, aliado a persistência e a busca incessante da melhoria técnica tenham uma razão de ser. Quando falo nestes termos, espero que entendam que não falo somente de características técnicas, mas também em mudanças de comportamento, mudanças de visão.
Cito aqui a minha forma pessoal de pensar.
Há muito venho praticando artes marciais, confesso um caminho árduo, trilhado com muitas alegrias, tristezas, dor, disciplina, e não é raro a frustração acompanhar o praticante fazendo com que ele desista de seus ideais.
Quando concluímos ou desistimos de nossos ideais, isso tem repercussão direta sobre o que chamarei de felicidade. Muitos filósofos, poetas, estudiosos e comuns já falaram ou definiram o termo felicidade, em minha breve explanação, vou tratá-la somente como a alegria da alma. Amigos é muito difícil hoje em dia, termos momentos de felicidade plena, colocamos o tom cinza em quase tudo, e endurecemos o nosso coração para as coisas que estão em nossa volta, estabelecemos regras rígidas de comportamento baseado no que a sociedade espera que nós façamos, e agimos de acordo com essa vontade, que em muitos casos não é a nossa. Existe um dito que se exprime da seguinte forma: Faço o que devo, e não o que gosto, ou seja, nem tudo que é de meu gosto é o que devo fazer para ser socialmente aceito. Romper esses grilhões não é fácil, criamos nossa própria cela e somos também o carcereiro dela, tomamos para nós a cada dia ações que nos aprisionam mais e mais, utilizamos o nosso tempo para cuidar de tudo em nossa volta e esquecemo-nos de cuidar de nós mesmos. Quando chega um belo dia deparamos com a natureza perecível do ser humano, e começamos a questionar. O que fiz para atingir a minha felicidade?
Ao estabelecermos regras rígidas de comportamento esquecemos que a regra é o primeiro passo para a tirania da alma, sempre estabeleci várias regras e vivi sob seu jugo, e hoje, começo a questionar os meus valores, minha forma de pensar e até mesmo de treinar. O fato é que às vezes precisamos passar por momentos de confrontação para testar nossos pilares, sejam estes éticos, morais, religiosos. Aos poucos estes pilares estão se rompendo, com a ajuda de pessoas maravilhosas em minha volta, vislumbrei o que a muito não enxergava, e começo a acreditar que o céu nublado aos poucos irá se dissipar. Ganhei assim nova força e objetivos mais claros, mensuráveis e palpáveis.
Às vezes nos perdendo é a melhor maneira de nos encontrarmos, e como diz Chopra “a entrega é o resultado de abdicar as últimas reivindicações do ego”, entendo que quando nos entregamos, permitimos que outras pessoas participem da nossa vida, podendo assim aprendermos com elas.
Os amigos devem estar pensando, e o AIKIDO, o que o escrito acima tem a ver com a arte marcial, senhores é muito simples, temos que ter intensidade em tudo o que fazemos, não importa o que muitos acreditam, temos que buscar a nossa verdade e seguir o caminho, buscando a alegria da alma em tudo o que fazemos. Em nossa vida importamos com o julgamento alheio, esquecendo que o principal é estar em paz com a consciência e não com a reputação.
Obrigado a todos por fazerem que este ser se ache no caminho.
Agradecimentos especiais.
Massako.
2 comentários:
Belo artigo Sensei Massako.
Também criei um blog chamado Aikido Okami .Espero, um dia, escrever tão sabiamente quanto suas palavras.
ass: Vimerson
Concordo plenamente que devemos preocupar com nossa paz espiritual do que com nossa reputação, vivemos em uma sociedade que infelismente todos se preocupam com os que os outros pensam de você...
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